Lá estão eles de novo, sentados naquele velho canto de tantas discussões...
Mais uma vez, um impasse da vida os põe em xeque um com outro.
O menino, inconformado, triste, revoltado.
O homem, calmo, sereno, pensativo.
O menino, desiludido por algo tão bom ter acabado de forma tão bruta.
O homem, grato por ter tido a chance de ter vivido novas e boas experiências.
O menino quer gritar, brigar com alguém, aliviar essa dor, física até, incompreensível para ele, de alguma forma.
O homem, passa a mão sobre seu peito e curte a dor como sua, sabendo que não doerá pra sempre.
O menino questiona, pergunta. Quer desesperadamente entender o "por que" daquilo tudo!
O homem simplesmente agradece por ter descoberto ser capaz de amar de novo, na certeza que tornará a amar um dia. Sabe que nem sempre é o "por que", mas sim o "pra que".
O menino jura, como tantas vezes jurou, nunca mais passar por isso.
O homem sorri da promessa e pensa consigo: Não foi a primeira e nem será a última vez que passaremos por isso. E já vai se preparando pra próxima, com as lições aprendidas desta vez.
O menino já avisa: "Não dormirei de novo essa noite!". Agitado. Incoerente!
O homem, balança a cabeça e lamenta: "É... amanhã então será um dia difícil no trabalho...", pois sabe que a vida não para e nem o mundo nos espera. Longa será essa conversa pelo visto...
O menino chora...
O homem, com a mão consola a cabeça do pequenino, com um sorriso no rosto. "Chore mesmo. Ponha tudo pra fora.". Pois já aprendeu que as lágrimas, velhas conhecidas suas, muitas vezes aliviam a alma e revigoram a vida.
E o debate se vai noite a fora...
No final, se abraçam. Consolam-se. Entendem-se, e, finalmente, dormem.
E a vida continua...
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